Disparates I
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Filha do Rei D. João V, a Infanta Maria Bárbara deu sempre um precioso apoio a D. Scarlatti, tendo-o acolhido em Madrid quando em 1728 se casou com o príncipe espanhol D. Fernando. Scarlatti compôs para a Infanta cerca de 555 sonatas para instrumentos de tecla.
Filha do rei D. João V e da rainha D. Maria Ana de Áustria, a Sereníssima Infanta D. Maria Bárbara de Bragança nasceu em Lisboa em 1711 e morreu em Madrid em 1758. Casou-se com Fernando de Bourbon, Príncipe das Astúrias e futuro rei de Espanha [1746], em 1729 [e não em 1728, como se afirma]. Tida como mulher de grande cultura, protectora das belas-artes, especialmente da música, teve como mestre Domenico Scarlatti. A ida do compositor para Madrid nunca foi devidamente esclarecida. Diz a tradição que a Infanta, não querendo desligar-se do seu mestre, rogou a D. João V que deixasse Scarlatti partir para Madrid. Contudo, quando se deu a troca das Infantas de Portugal e de Espanha, em Janeiro de 1729, Scarlatti encontrava-se em Roma, onde se casara no ano anterior. Segundo Manuel Carlos de Brito, Scarlatti tentou, em vão, regressar à corte portuguesa em 1744 e 1748. Nomeado maestro de cámera em 1746, da agora Rainha Maria Bárbara, ocupou esta posição até à sua morte, em 1757, numa aparente obscuridade, compondo essencialmente para tecla. Que Scarlatti e D. Maria Bárbara, virtuosíssima ao cravo como, aliás, o seu mestre, formaram uma das duplas mais profícuas da história da música ocidental é um facto, agora, afirmar que as c.555 sonatas de Scarlatti foram escritas na totalidade para a Infanta já é demais!
Filha do rei D. João V e da rainha D. Maria Ana de Áustria, a Sereníssima Infanta D. Maria Bárbara de Bragança nasceu em Lisboa em 1711 e morreu em Madrid em 1758. Casou-se com Fernando de Bourbon, Príncipe das Astúrias e futuro rei de Espanha [1746], em 1729 [e não em 1728, como se afirma]. Tida como mulher de grande cultura, protectora das belas-artes, especialmente da música, teve como mestre Domenico Scarlatti. A ida do compositor para Madrid nunca foi devidamente esclarecida. Diz a tradição que a Infanta, não querendo desligar-se do seu mestre, rogou a D. João V que deixasse Scarlatti partir para Madrid. Contudo, quando se deu a troca das Infantas de Portugal e de Espanha, em Janeiro de 1729, Scarlatti encontrava-se em Roma, onde se casara no ano anterior. Segundo Manuel Carlos de Brito, Scarlatti tentou, em vão, regressar à corte portuguesa em 1744 e 1748. Nomeado maestro de cámera em 1746, da agora Rainha Maria Bárbara, ocupou esta posição até à sua morte, em 1757, numa aparente obscuridade, compondo essencialmente para tecla. Que Scarlatti e D. Maria Bárbara, virtuosíssima ao cravo como, aliás, o seu mestre, formaram uma das duplas mais profícuas da história da música ocidental é um facto, agora, afirmar que as c.555 sonatas de Scarlatti foram escritas na totalidade para a Infanta já é demais!
Além disso, o único livro de música publicado em vida de Scarlatti, sob sua supervisão, Essercizi per gravicembalo, é dedicado a D. João V que, curiosamente, o tinha feito cavaleiro da Ordem de Santiago em 1738.
Nota: 11 de Janeiro de 1728 é a data do casamento, por procuração, da Infanta de Portugal com o Príncipe das Astúrias, celebrado na Igreja da Patriarcal, no Paço da Ribeira, tendo D. João V representado o seu futuro genro. Este casamento foi rectificado um ano depois, em Badajoz, com a presença de Fernando de Bourbon e D. Maria Bárbara, sendo esta a data legalmente válida.
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