Gazeta Musical

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

O homem que se segue...

Se Christophe Damman é um profissional sério e consciente, facto sobre o qual temos algumas dúvidas, deveria cancelar as próximas récitas do Rigoletto e repensar a fundo na estratégia a seguir, se é que existiu alguma até à data!
O que está à vista é uma tragédia sem nome… e se o alemão julga que os portugueses são uns pacóvios (no geral, sim, são, mas ainda restam algumas excepções!) esquece-se que o último Duque de Mântua em São Carlos chamava-se Alfredo Kraus.
Mas, comparações à parte, óperas como o Rigoletto não se compadecem de jovens cantores, por muito promissores que sejam. Saimir Pirgu não tem nervo para um papel desta envergadura e quanto a Chelsey Schill melhor fora esperar mais uns anos antes de se aventurar em Caro nome "e companhia”. Em ópera não bastam vozes bonitas… onde está a “intensidade dramática” de toda a trama, o “recorte emocional das personagens”, como acertadamente nos diz Paula Gomes Ribeiro?
Será que Christophe Damman não ouviu a pateada e os “buhs” no final das récitas de 10 e 11? E diz ele, numa recente entrevista, que começou a sua carreira como cantor… imagina-se a qualidade…
E o que será que pensou a excelsa ministra da "cultura" da récita de 12? Terá entregue a medalha de mérito cultural ao BCP e depois, a pretexto de algum achaque, ter-se-á retirado placidamente, não fosse presenciar uma valente pateada no teatro que tutela?!
O que se está a passar no São Carlos é uma tragédia sem fim à vista…

Oh! Quanto dolor!...
Che spremere
Sì amaro pianto può