Meis olhos van per lo mare

Agora que o país entrou num estado de semi-coma, embriagado pelas possíveis vitórias da nossa equipa de futebol no Mundial, nunca é demais recordar que muitos outros portugueses, espalhados pelo Mundo, fazem tanto, ou mais, pelo bom nome deste nosso quintalzinho à beira mar plantado!

Já no próximo sábado, dia 17 de Junho, o ensemble Banchetto Musicale Lusitania, dará um concerto na Igreja de São Nicolau, em Moirans en Montagne, inserido no XXIº Festival de Música do Haut-Jura, ao lado de agrupamentos como Hesperion XXI (Jordi Savall), Concerto Soave (Maria Cristina Kiehr) ou Les Arts Florissants (Paul Agnew).



Como se pode ler na nota introdutória do concerto:
“Durante todo o século XV e XVI partiram de Portugal naus em busca de novas paragens, no dizer do grande Camões “dando novos mundos ao Mundo”. As riquezas vindas do Oriente permitiram o florescimento de uma corte opulenta, mas ao mesmo tempo marcada pela incerteza. A música portuguesa deste período revela-se, assim, como o reflexo deste estado de espírito, uma profunda melancolia, uma consciência dolorosa de um elemento de mudança permanente, que não deixa lugar à esperança, por um cepticismo amargo em relação à felicidade no amor. No outro extremo, encontramos um brilhantismo excessivo na abordagem de temas renascentistas tradicionais, como um mundo pastoril idealizado, ou a alegria esfuziante dos apaixonados, concebidos como uma alternativa artificial e sofisticada ao espectáculo deprimente da realidade.
E se os compositores cantavam o casamento de uma infanta portuguesa com um príncipe italiano, também choravam o desaire do jovem rei que morreu no campo de batalha deixando o reino sem rei!
Meis olhos van per lo mare, diz o poeta, procurando no infinito do oceano dias melhores.”

Para esta ocasião, o Banchetto Musicale Lusitânia será constituído por:
Raquel Alão, soprano e percussão
Rosa Caldeira, soprano e percussão
José Bruto da Costa, barítono e percussão
Hugues Kesteman, dulciana
Kenneth Frazer, viola da gamba e charamela
José Manuel Tavares, ude
Rafael Bonavita, arquialaúde
Rita Caldeira Cabral, percussão e viola da gamba
António Carrilho, flauta de bisel, cromorne e direcção musical

BONNE CHANCE!!!